
Com o lançamento do Call of Duty: Black Ops 7 nesta sexta-feira (14), e diversas mudanças que a Activision anunciou após a COD Next, é possível acreditar que a rivalidade com a franquia Battlefield está de volta.
Uma rivalidade histórica
A rivalidade entre as franquias sempre foi conhecida pelo público, quase um clássico de futebol, mas nos últimos anos, Call of Duty tem levado uma grande vantagem. Desde o lançamento de Battlefield Hardline, a série não conseguiu agradar a todo o seu público, deixando os fãs divididos. Nesse intervalo, o jogo que mais atraiu os jogadores foi Battlefield 1.
Enquanto isso, a franquia da Activision continuou consolidando sua base de jogadores e liderando as vendas, até uma das maiores revoluções da série com o lançamento de Call of Duty: Modern Warfare, em 2019.

Desde o lançamento, várias mecânicas foram implementadas nos jogos seguintes como por exemplo o Skill Based Match Making (SBMM), um sistema que busca balancear as partidas de acordo com o nível de habilidade dos jogadores. Também vimos o Aim Assist mais evidente, que faz o controle “seguir” os inimigos já que esse tipo de jogabilidade faz o player ter menos precisão em comparação ao mouse, levando com que muitos jogadores abandonassem o mouse e teclado para usar o controle, devido a vantagem proporcionada.
Um novo respiro para Battlefield
Enquanto isso, após o fracasso de Battlefield 2042, Battlefield 6 vinha sendo desenvolvido em silêncio. Então, em 3 de fevereiro de 2025, foi apresentado ao público o Battlefield Labs, uma iniciativa que unia desenvolvedores e jogadores, buscando produzir o jogo de forma colaborativa.
Essa estratégia funcionou, conforme os meses passavam e vazamentos dessas gameplays aconteciam, o público começou a se empolgar e um sentimento de que finalmente estavam sendo ouvidos cresceu. O entusiasmo se manteve até o anúncio oficial e, posteriormente, o lançamento do jogo, que acabou se tornando um dos mais aguardados da franquia.

Uma reviravolta no COD
Já do outro lado da rivalidade, a Activision assistia as movimentações da Dice, inicialmente sem apresentar qualquer desconfiança ao produto. No entanto, com o sucesso do lançamento de Battlefield 6 as coisas mudaram. Uma grande parte da comunidade de COD se atraiu pelo novo jogo da EA, atração essa ocasionada pela exaustão das mesmas mecânicas e erros em sequência.
Com essa mudança de ares, a desenvolvedora Treyarch anunciou, após o lançamento da Beta de Black Ops 7, que lançaria uma playlist com o SBMM reduzido, semelhante ao que havia em CODs como Black Ops 2 e Modern Warfare 2. Com o encerramento da Beta, a dúvida que permanecia era: essa playlist estará no jogo final? E a resposta veio pouco tempo depois: sim. Mais tarde, a Activision anunciou que o jogo teria, por padrão, o SBMM reduzido e também uma diminuição no Aim Assist.
A importância da concorrência
A mudança de postura da Activision de forma tão abrupta só pode ter uma justificativa: a empresa sentiu a ameaça do novo Battlefield, um sentimento que não acontecia a anos. Essa virada traz possíveis impactos negativos para o marketing da companhia, especialmente por se tratar de um jogo que será lançado com o estigma de “DLC de Black Ops 6”.
Tal medida, vista por muitos como desesperada, poderia ter sido aproveitada como uma oportunidade de propaganda para o jogo, com mudanças reais que agradassem a comunidade. Mas não foi o caso, foi uma cartada voltada apenas a agradar o público e evitar a perda de jogadores para o rival que havia conquistado parte deles.

Esse é um grande exemplo de como a concorrência é fundamental para o mercado, especialmente para os consumidores. Quando há competição real entre as empresas, os jogadores passam a ter suas insatisfações e opiniões ouvidas.
Outro ponto importante da é que, com a concorrência, a inovação é incentivada, onde são criadas novidades e recursos para que o valor investido em um jogo premium faça sentido, principalmente no Brasil, onde um jogo AAA pode custar entre 300 a 350 reais.
Por fim, quando a concorrência funciona, quem ganha é o público, com mais opções, mais qualidade e mais respeito pelo seu dinheiro e tempo.
E aí, conhece outros casos de rivalidade no mundo dos games em que as empresas ouviram sua base de jogadores? Ou disputas que a anos não podem mais ser consideradas assim? Conta pra gente nos comentários!